☕ Café com Satoshi #50: o Ministério da Cultura de Nakamoto 🍕
Um círculo laranja. Uma letra "B” no meio dele. 14% de inclinação, à direita.
Esta ainda será a marca financeira mais reconhecida do planeta.
Ela não foi concebida por publicitários. Não passou por uma consultoria de imagem. Jamais teve “coordenador de campanha”.
Foi parida pela internet. Forjada em fóruns, por avatares sem rosto, entre memes, suor e lágrimas.
Nesta edição histórica - Café com Satoshi nº 50 🥳 - revisamos a trajetória da propaganda bitcoiniana. Os 5 tópicos a seguir podem mudar a cabeça de quem mexe com publicidade.
💻 O Site (2008)
Satoshi registrou o domínio bitcoin.org em agosto de 2008. Seu primeiro grande gesto de “abdicação da liderança” foi quando transferiu o controle do site para Martti Malmi - finlandês que colaborou com Nakamoto, lá atrás.
A propriedade foi passando de mãos, e hoje é cuidada por Cobra - um pseudônimo antigo na comunidade.
Quase 300 pessoas ao redor do mundo já contribuíram diretamente no código-fonte da página, e mais de 1000 tradutores adaptaram o material a, hoje, cerca de 30 idiomas distintos.
O registro do site por anos foi um ponto de foco para pesquisadores atrás da identidade de Nakamoto. Ele pagou o registro via AnonymousSpeech.org, e reza a lenda que usou e-Gold, um precursor irrastreável da sua própria moeda, e que vinha sendo alvo de reguladores, na época.
Até hoje, o site é porta de entrada para novatos, uma das principais fontes de download do Bitcoin-Core, e um repositório invalorável de história bitcoiniana.
🛡️ O Logo Laranja (2010)
A logomarca do Bitcoin já foi gravada em moedas físicas, adesivada em veículos e colada na vitrine de lojas ao redor do mundo todo.
A interface da versão 0.1 do Bitcoin disponibilizada por Satoshi era tosca, mas já continha um logo primário - um círculo dourado com as letras "BC” no meio.
A marca laranja que conhecemos hoje nasceu só em 2010. O usuário "BitBoy” postou sua sugestão num fórum e foi imediatamente venerado.
Nunca houve comitê oficial para padronizar o logo, a grafia, os mascotes e interfaces de programas bitcoinianos. Como se lê no bitcointalk:
“[a marca do Bitcoin] evolui organicamente - como uma palavra no seu idioma -, sem muita preocupação formal”.
📜 Os Slogans
Quem aí nunca ouviu falar em HODL¹? Ou em tecnologia NgU²?
O vocabulário bitcoiner é tão cheio de neologismos que até confunde os recém-chegados.
Slogans e lemas não faltam. A moeda não tem um redator oficial. Mas têm um exército de sardinhas incentivadas a memetizarem o seu significado até não poderem mais.
Até nós já entramos nessa brincadeira. Neste link, escrevemos 77 slogans para o presente de Nakamoto. Qual é o seu preferido?
¹ um trocadilho com “hold", significando “não abandono meus satoshis por nada”.
² “Number go Up”
⚔️ O Marketing de Guerrilha
Em 2013, Roger Ver alugou um outdoor no Vale do Silício, e lascou nele o desenho de um texugo (em inglês: honey badger). O texugo é um dos bichos mais destemidos do mundo animal. Não à toa, virou mascote da criptomoeda - que tanta gente poderosa já tentou sufocar.
Este outdoor ganhou novas roupagens. E muitos outros foram pipocando.
A Times Square já foi coberta de mensagens nakamotianas. Esquinas famosas em Tóquio também. Teve até pet shop brasileira que já meteu a moeda num outdoor dela!
Artistas de rua e grafiteiros começaram a se apropriar da mensagem.
Quem passeia atentamente por Paris, São Paulo, Nova Iorque - e tantas outras capitais - percebe nas paredes, nas ruas e nas placas o legado da moeda laranja.
Seria possível calar uma mensagem… que já não depende de mais ninguém em particular para ser propagada?
✊ Como uma Marca… Vira uma Revolução
No começo da década, o Bitcoin era uma incógnita. Evoluiu para se tornar uma promessa. Hoje - basta olhar ao redor - é realidade.
Fincou bandeira no inconsciente coletivo. Penetrou os bolsos e almas da classe média. Infiltrou-se no discurso público… e não sai da cabeça das elites que mamam o sistema que Satoshi obsoletou.
O legado da moeda não é só econômico, mas também cultural. Nós memetizamos uma ideia impossível em revolução.
Já é tarde demais para os inimigos de Nakamoto. Como diria o poeta, “nada tem tanto poder quanto uma ideia cujo tempo chegou”.
Pra onde será que essa comunidade, agora ciente do que pode fazer, apontará os seus memes em seguida?
Se você lê Paradigma, já tem uma ideia do que pensamos que nos aguarda, nos próximos capítulos. Ansiosos estamos.
🙏 Muito obrigado, Satoshi, pela esperança.
E muito obrigado a você, que lê essa newsletter e trouxe ela até aqui 🙌
Se quiser nos ajudar a ter mais assinantes que a Veja quando chegarmos na edição de nº 100!
🧠 Dicas de Leitura
📣 Headless Brands (Other Internet)
Marcas são tradicionalmente projetadas por corporações. Mas a ascensão das redes sociais desafiou a coerência das identidades centralizadas. Ainda por cima, agora, com tokens, muitos pequenos consumidores têm incentivos financeiros diretos para divulgar as narrativas às quais aderem.
✍️ 3 Cuts on Brands (Toby Shorin)
Marcas são sistemas de consenso - significados que as pessoas associam com certas entidades. Estes significados são zonas de conflito (entre quem os cria e quem os apreende).
🌶️ 2 a 20%a.a. em DeFi: o Espectro de Risco (Paradigma Pro)
Uma explicação dos mais populares meios de gerar renda passiva com cripto, assim como panorama dos riscos, e um modelo simples pra montar sua própria alocação. Exclusivo pra quem assina nosso plano Pro.
Paradigma Education
🐦 Twitter: @ParadigmaEdu
📸 Instagram: @paradigma.education
🏠 Nossa plataforma: Paradigma.education
🎓 Curso grátis de Bitcoin: www.7DiasDeBitcoin.com.br